terça-feira, 2 de junho de 2009

Mooca

Mooca
Perfil:
Um bairro em início de verticalização, mas ainda com muitas casas, sobrados e alguns condomínios horizontais. O bairro ainda assemelha-se a uma cidade do interior, é calmo, as relações entre as pessoas são cordiais e tem oferta de serviços e comércio.O distrito da Mooca conta com três Universidades: Anhembi Morumbi, Sã Judas e Capital. Tem uma rede grande de escolas particulares, principalmente infantis e é bem servido de equipamentos municipais: Teatro, Biblioteca, Escolas e Creches, Clube da Cidade, postos de Saúde, Hospital.Curiosidade: o bairro tem mias de 100 pizzarias.O Clube Juventus e Estádio ficam na Mooca.
Histórico:
A primeira citação encontrada referente ao bairro da Mooca é de 1556, quando a governança de Santo André da Borda do Campo, comunicava que todos estavam "obrigados a participar da construção da ponte do rio Tameteai (Tamanduateí)". Essa ponte se fazia necessária para a ligação entre zona leste e a freguesia eclesiástica da Sé. A região leste era habitada pelos índios da tribo Guaiana (tupi-guarani), que deixaram algumas marcas tradicionais no bairro, inclusive seu próprio nome. Segundo historiadores, o vocábulo é oriundo do Tupi Guarani e possui duas versões, MOO-KA (ares amenos, secos, sadios) e MOO-OCA (fazer casa), expressão usadas pelos índios da Tribo Guarani para denominar os primeiros habitantes brancos, que erguiam suas casas de barro. Outros historiadores dão como certo que o mesmo é de origem asiática MOKA, que significa variedades de café, que vinha antigamente da cidade de MOCA (YEMEM), porto do mar vermelho. A partir da transposição do rio Tamanduateí, acelerou-se o adensamento da área que foi gradualmente incorporando-se à cidade.O desenvolvimento urbano da Mooca está associado à história econômica de São Paulo e as rápidas transformações que nas décadas finais do século XIX e a primeira metade do século XX, fizeram da capital paulistana uma grande metrópole industrial. Fator importante para a evolução da Zona Leste foi a instalação de duas ferrovias: em 1868 a São Paulo Railway (Estrada de ferro Santos Jundiaí), assim conhecida como a Inglesa, ligando São Paulo ao porto de Santos. Em 1875, a Estrada de Ferro do Norte (o trecho paulista da estrada de ferro Central do Brasil), ligando São Paulo ao Rio de Janeiro.Entre os novos bairros surgidos, destacam-se Belém e Mooca que atraíram numerosas fábricas.As áreas próximas das ferrovias foram as preferidas pelas indústrias, já que o transporte das matérias-primas e combustíveis importados, bem como a produção para fora de São Paulo, dependia dos trens.Essas indústrias utilizavam a mão-de-obra imigrante que aportava em Santos e era trazida para a Casa da Imigração (hoje Museu dos Imigrantes). Os operários e suas famílias se instalavam nas proximidades de seus empregos e impulsionavam o comércio local. Após a primeira guerra mundial a industrialização de São Paulo ganhou novo impulso, acarretando a ampliação do parque industrial desta região.Esta região que era considerada periférica na época da sua formação já estava densamente povoada na década de 1960. Em 2002, foi aprovada a lei das Subprefeituras, que agregou à Mooca os distritos do Brás e do Pari - antes pertencentes à Subprefeitura Sé.
Bairros existentes no distrito Mooca
Alto da Mooca Hipódromo Mooca Parque da Mooca
Dados:
Aniversário 17/08Área 7,7 km²População 63.280Número de Rua 231Praças 47Termos de Cooperação 62
Algumas das principais ruas comerciaisR. da Mooca, Av. Paes de Barros, R. Juventus, R. Oratório, Av. Alcântara Machado, R. Siqueira Bueno, R. Tobias Barreto, R. Fernando Falcão e R. Jumana.
Escolas municipais 4Creches 6Centro Desportivo Municipal (CDM) 2Feiras Livres 14PizzariasMais de 100Passeio e CulturaMemorial do Imigrante – R. Visconde de Parnaíba,1316.Hospitais 1Unidade Básica de Saúde (UBS) 1Outros equipamentos de saúde 5Teatro 1Biblioteca 2

Mooca se renova ao completar 450 anos
Texto: Deborah Amoroso Gonçalves
Nascida há 450 anos, às margens do Rio Tamanduateí, a Mooca de hoje reencontra, literalmente, seu passado. Parece fazer jus ao significado de seu nome que, em tupi-guarani, quer dizer fazer casa. Depois de um passado com construções jesuíticas seguidas pela formação de chácaras e, por muitos anos guardando perfil fabril, o bairro agora caminha para nova vocação: principalmente residencial, com o consequente desenvolvimento do setor de serviços que acompanha o processo de verticalização.
O apito da fábrica anunciando a entrada e saída de operários, que podia ser ouvido em cada esquina da região nas décadas de 50 e 60, deu lugar ao barulho dos caminhões, escavadeiras e bate-estacas, das dezenas de empreendimentos que há dois anos não param de crescer. O lugar está sendo procurado por incorporadoras que investem em conjuntos residenciais para a classe média e média alta, bem como para supermercados, academias, comércio de rua, shopping, etc. Estima-se que nos próximos tês anos 12.000 novos moradores cheguem ao bairro, o que pode interromper o processo de crescimento negativo da população, observado pelo IBGE nos últimos censos.
A verticalização que se impulsiona, no entanto, parece bastante diferente da que ocorreu com seu bairro vizinho, o Tatuapé, e com o bairro de Moema, na zona sul da cidade. Com seus moradores conservadores, muitos ainda descendentes de europeus, exigentes e atuantes, existe um certo cuidado, dos novos empreendimentos, no sentido de construir prédios com áreas verdes ou reformar edificações guardando suas características originais. Exemplo disso é o projeto residencial da Rua Cassandoca que vai destinar 15.000m2 de sua área total somente para formação de um bosque. Já o antigo Cotonifício Crespi, que se transformou em estabelecimento comercial, não somente preservou a fachada como restaurou vários aspectos do prédio inicial, por pressão de seus moradores que nele identificaram importância histórica e arquitetônica. Além disso, na revisão do plano diretor regional que será entregue ainda este ano, a quase totalidade de seu território está preservada como zona mista, com predominância do setor residencial e indicações de preservação de prédios históricos e ampliação de áreas verdes.
Com 63.000 habitantes a Mooca, hoje, também vem apresentando mudanças em seu perfil populacional. Do total de moradores 17% são idosos, mas a região vem ganhando um número expressivo de ex-habitantes jovens e de meia idade, que estão voltando ao bairro em função da ampliação da oferta de unidades em condomínios verticais. Além disso, os cerca de 23.000 estudantes distribuídos pelas três Universidades existentes, muitos vindos de outros distritos, fazem parte de uma população que, embora flutuante, já pensa em ali fincar raízes, criando novas necessidades, entre elas a expansão de serviços como bares, locais de lazer, livrarias e papelarias, movimentando a região.

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